Castelões

O topónimo de Castelões apela à nossa imaginação a viajar no tempo, até ao momento em que cada pedaço de território era disputado por reis e senhores e os castelos eram os seus principais baluartes. De fato, neste lugar nos recuados e conturbados tempos da Reconquista deve ter havido um castelo, ainda que rudimentar, que deu o nome à localidade. Verdadeiramente fantásticas e muito raras são as estelas dos finais da Idade do Bronze achadas no lugar do “Alto dos Castelões”, hoje expostas no centro da aldeia e que nos mostram como as tribos de há cerca de três mil anos marcavam os territórios. Quem visita Castelões é, também, convidado a descobrir um património que vai para além da imaterialidade. O santuário da Senhora do Engaranho ou a capela de S. Pedro de Castelões são motivos para explorar este lugar mágico.

Capela de Nossa Senhora do Engaranho ou das Necessidades

O Santuário de Nossa Senhora do Engaranho ou das Necessidades é um dos mais importantes do seu género na região flaviense. O motivo prende-se, essencialmente, por a santa ser a advogada das crianças com problemas de crescimento. Manda o ritual que, na piscina que se forma no penedo junto da capela, se lave a criança e troque a roupa que tem vestida por uma nova e regresse a casa por um caminho diferente daquele que a conduziu ao santuário de maneira a processar-se a cura dos males.
O culto à Senhora do Engaranho deve ter começado no curso do século XVII/XVIII quando foi edificada a pequena capela que hoje em dia se conserva. A sua simples estrutura é a imagem da simplicidade devocional e da crença que ao longo dos tempos foi crescendo e angariando devotos. Planta de nave única apresenta no seu interior um retábulo de talha policromada a branco apresentando no eixo central a imagem da padroeira. Foi, contudo, no século XX que alguns beneméritos beneficiaram o santuário com novas capelas como são o caso das invocações a São Caetano, São Brás e São Bento. Mais recente é a fonte dedicada a São Tiago. Não menos importante é o cruzeiro que compõe o santuário. A sua simplicidade arquitetónica é coroada por uma singela cruz latina. O penedo onde está a pia (piscina) tem gravada uma serpente que nos remete para cultos ancestrais, provavelmente da Idade do Ferro, relacionado com a água e a vida.

Cruzeiro do Sr. da Piedade

A devoção popular produz manifestações artísticas particularmente interessantes. O cruzeiro do Senhor da Piedade é um desses casos. Edificado, em 1879, como nos atesta a data gravada na base do pilar esquerdo, o cruzeiro implantado numa plataforma de granito, surge protegido por um alpendre de quatro colunas com cobertura em madeira de quatro faces onde estão representados os instrumentos da paixão. Protegido pelo alpendre foi colocado ao centro o cruzeiro que repousa num plinto quadrangular. Ele é composto por uma coluna com fustes e capitel por sua vez ornamentado com cabeças aladas de anjos, rematado por uma cruz latina, ostentando na face frontal o grupo escultórico da Virgem em pé com Cristo no regaço e na face oposta Cristo Crucificado encimado pela insígnia INRI. O cruzeiro de castelões revela o empenho e a fé dos habitantes locais na construção desta estrutura que prima pela simbologia e pelo seu aspeto naïf.

Igreja de S. Pedro

A igreja de S. Pedro, em Castelões, é o reflexo da arquitetura de cariz popular, marcada pela sua simplicidade decorativa e arquitetónica. A sua construção deve remontar aos séculos XVII ou XVIII. Contudo, a intervenção ocorrida, em 1817, conferiu-lhe o aspeto atual de nave única e capela-mor mais baixa e estreita com sacristia anexa ao lado esquerdo. A fachada é dominada ao centro pela dupla sineira tão característica nesta região. No interior, os retábulos de feição neoclássica foram pintados por Antero Afonso, em 1939, tal como as jambas dos portais e a pia de água benta. No topo da nave, surgem confrontantes dois retábulos laterais, de talha policroma, dedicados aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, respetivamente no lado do Evangelho e da Epístola.

Estelas da Idade do Bronze

As duas Estelas de Castelões, hoje patentes no centro da aldeia, foram achadas por Maria Albertina Pinto Martins, Armindo Cunha Rodrigues e Rui Martins Rodrigues no Alto de Castelões. Estas fantásticas peças são o máximo expoente das sociedades guerreiras dos finais da Idade do Bronze, há cerca de 3000 anos, sendo, por isso, denominadas de “estelas de guerreiro”. Embora este tipo de peças seja frequente em algumas zonas do sul de Portugal e Extremadura espanhola, são bastante raras no norte de Portugal. Embora a interpretação sobre a sua funcionalidade seja ainda um pouco controversa, as Estelas de Castelões ajudaram a interpretá-las como marcos territoriais de entidades étnicas que forjavam, desta maneira, a sua identidade no território.
Chama-se a atenção para a iconografia representada: escudos, espadas, lanças, espelhos, seres humanos e animais. Mas, um dos aspetos que torna estes exemplares excecionais é a sua grande dimensão e a decoração da orla que emoldura os motivos centrais.

Castelões

O topónimo de Castelões apela à nossa imaginação a viajar no tempo, até ao momento em que cada pedaço de território era disputado por reis e senhores e os castelos eram os seus principais baluartes. De fato, neste lugar nos recuados e conturbados tempos da Reconquista deve ter havido um castelo, ainda que rudimentar, que deu o nome à localidade. Verdadeiramente fantásticas e muito raras são as estelas dos finais da Idade do Bronze achadas no lugar do “Alto dos Castelões”, hoje expostas no centro da aldeia e que nos mostram como as tribos de há cerca de três mil anos marcavam os territórios. Quem visita Castelões é, também, convidado a descobrir um património que vai para além da imaterialidade. O santuário da Senhora do Engaranho ou a capela de S. Pedro de Castelões são motivos para explorar este lugar mágico.

Capela de Nossa Senhora do Engaranho ou das Necessidades

O Santuário de Nossa Senhora do Engaranho ou das Necessidades é um dos mais importantes do seu género na região flaviense. O motivo prende-se, essencialmente, por a santa ser a advogada das crianças com problemas de crescimento. Manda o ritual que, na piscina que se forma no penedo junto da capela, se lave a criança e troque a roupa que tem vestida por uma nova e regresse a casa por um caminho diferente daquele que a conduziu ao santuário de maneira a processar-se a cura dos males. O culto à Senhora do Engaranho deve ter começado no curso do século XVII/XVIII quando foi edificada a pequena capela que hoje em dia se conserva. A sua simples estrutura é a imagem da simplicidade devocional e da crença que ao longo dos tempos foi crescendo e angariando devotos. Planta de nave única apresenta no seu interior um retábulo de talha policromada a branco apresentando no eixo central a imagem da padroeira. Foi, contudo, no século XX que alguns beneméritos beneficiaram o santuário com novas capelas como são o caso das invocações a São Caetano, São Brás e São Bento. Mais recente é a fonte dedicada a São Tiago. Não menos importante é o cruzeiro que compõe o santuário. A sua simplicidade arquitetónica é coroada por uma singela cruz latina. O penedo onde está a pia (piscina) tem gravada uma serpente que nos remete para cultos ancestrais, provavelmente da Idade do Ferro, relacionado com a água e a vida.

Cruzeiro do Sr. da Piedade

A devoção popular produz manifestações artísticas particularmente interessantes. O cruzeiro do Senhor da Piedade é um desses casos. Edificado, em 1879, como nos atesta a data gravada na base do pilar esquerdo, o cruzeiro implantado numa plataforma de granito, surge protegido por um alpendre de quatro colunas com cobertura em madeira de quatro faces onde estão representados os instrumentos da paixão. Protegido pelo alpendre foi colocado ao centro o cruzeiro que repousa num plinto quadrangular. Ele é composto por uma coluna com fustes e capitel por sua vez ornamentado com cabeças aladas de anjos, rematado por uma cruz latina, ostentando na face frontal o grupo escultórico da Virgem em pé com Cristo no regaço e na face oposta Cristo Crucificado encimado pela insígnia INRI. O cruzeiro de castelões revela o empenho e a fé dos habitantes locais na construção desta estrutura que prima pela simbologia e pelo seu aspeto naïf.

Igreja de S. Pedro

A igreja de S. Pedro, em Castelões, é o reflexo da arquitetura de cariz popular, marcada pela sua simplicidade decorativa e arquitetónica. A sua construção deve remontar aos séculos XVII ou XVIII. Contudo, a intervenção ocorrida, em 1817, conferiu-lhe o aspeto atual de nave única e capela-mor mais baixa e estreita com sacristia anexa ao lado esquerdo. A fachada é dominada ao centro pela dupla sineira tão característica nesta região. No interior, os retábulos de feição neoclássica foram pintados por Antero Afonso, em 1939, tal como as jambas dos portais e a pia de água benta. No topo da nave, surgem confrontantes dois retábulos laterais, de talha policroma, dedicados aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, respetivamente no lado do Evangelho e da Epístola.

Estelas da Idade do Bronze

As duas Estelas de Castelões, hoje patentes no centro da aldeia, foram achadas por Maria Albertina Pinto Martins, Armindo Cunha Rodrigues e Rui Martins Rodrigues no Alto de Castelões. Estas fantásticas peças são o máximo expoente das sociedades guerreiras dos finais da Idade do Bronze, há cerca de 3000 anos, sendo, por isso, denominadas de “estelas de guerreiro”. Embora este tipo de peças seja frequente em algumas zonas do sul de Portugal e Extremadura espanhola, são bastante raras no norte de Portugal. Embora a interpretação sobre a sua funcionalidade seja ainda um pouco controversa, as Estelas de Castelões ajudaram a interpretá-las como marcos territoriais de entidades étnicas que forjavam, desta maneira, a sua identidade no território. Chama-se a atenção para a iconografia representada: escudos, espadas, lanças, espelhos, seres humanos e animais. Mas, um dos aspetos que torna estes exemplares excecionais é a sua grande dimensão e a decoração da orla que emoldura os motivos centrais.