VIDAGO

A natureza reservou um papel especial para Vidago. Do coração da terra nasce uma água miraculosa aproveitada desde tempos imemoriais. Acredita-se que os romanos já a utilizavam para práticas medicinais tendo sido, contudo, na viragem para o século XX, que um lavrador Manuel de Sousa na tentativa de saciar a sua sede se deparou com uma água cujas características eram diferentes das demais. As propriedades químicas da água permitiram-lhe curar os problemas gástricos que o atormentavam. Perante tal milagre, o lavrador levou uma amostra da água até D. Júlia Vaz de Araújo que se encarregou de as encaminhar para um laboratório em Lisboa cujos resultados revelaram características únicas em todo país. Depressa se espalhou a notícia de que as águas de Vidago continham propriedades benéficas para a saúde e, a partir do último quartel do século XIX, chegaram à aldeia pessoas dos diferentes quadrantes para comprovarem as suas virtudes.

A partir de então, iniciar-se-ia uma nova história nesta pequena vila. Em 1870 nascia a Companhia de Águas de Vidago que se responsabilizou pela exploração termal e pela construção do Grande Hotel inaugurado, em 1874. D. Luís I, deslocar-se-ia, entre 1875 e 1877, a Vidago para usufruir das propriedades medicinais das águas. A aldeia crescia exponencialmente ascendendo ao título de freguesia, em 1925, através da separação de Arcossó.

Palace Hotel

O Palace Hotel representa uma nova era na história de Vidago. E esta começa em 1907, com o desenvolvimento dos primeiros projetos apresentados pelo arquiteto Ventura Terra. Contudo, dissonâncias orçamentais ditaram o abandono do projeto deste arquiteto. A obra do Palace Hotel havia de ser retomada, em 1908, por intermédio da Empresa Construtora do Porto que, em pouco menos de dois anos, edificou um dos mais extraordinários e luxuosos edifícios do norte de Portugal. O novo projeto da autoria de José Cristino de Paula Ferreira da Costa prima pela imponência da sua fachada com 100 m de frente terminado com dois blocos que se destacam no conjunto. Os seus quatro andares para além da elegância, carregam em si as influências dos palácios franceses patente na monumental escadaria e nas mansardas. Esta grandiosa obra foi inaugurada em 1910, contando com a presença do ainda monarca D. Manuel II. Simultaneamente, nascia um parque composto por várias espécies de árvores onde se podia estar em perfeita comunhão com a natureza ao longo de mais de 40ha. A partir de 1936, o Palace Hotel passa a dispor de um campo de golfe desenhado pelo arquiteto Philip Mackenzie Ross.

Capela de Santa Eugénia

No alto do Côto guarda-se um dos lugares de maior devoção na localidade. Ali repousa o corpo de Eugénia Morais Campilho que pelas suas benfeitorias junto dos mais desfavorecidos foi elevada a Santa pelos Vidaguenses, após a sua morte em 1920. O templo onde repousa Eugénia Campilho foi construído nos anos 30 e é de uma grande simplicidade, decorado apenas com volutas a lateralizar a torre sineira.
Anos mais tarde, em 1950, teve início a construção da torre terminada em 1957. Nela foi instalado um relógio mecânico que funcionou até 1998, momento em que foi substituído por um relógio automático.

Capela do Cabo

A Capela do Cabo possui esta denominação por se encontrar no final da primitiva Rua Direita ou Rua do Colmo, ao qual o povo denomina de cabo. O templo foi pertença da família Simão Teixeira e o seu último proprietário foi Bernardino António Reis Gonçalves tendo sido vendida à junta de freguesia, em 1985. Após um conjunto de obras de restauro, a capela foi convertida, em 1993, numa unidade cultural.
A arquitetura do templo é muito simples. Nele destaca-se apenas o portal com o frontão triangular e o óculo no registo superior. Ao contrário da maioria dos templos transmontanos, a capela do Cabo não possui campanário talvez em virtude das múltiplas transformações que sofreu no fio do tempo.

Fonte Campilho

Em 1882, na Quinta do Revolar, propriedade do fidalgo Augusto César de Morais Campilho, descobriu-se, casualmente, uma nascente de água mineral que deu fama à região. No entanto, a sua exploração só teve início a partir de 1897, por intermédio da figura de Cândido Sotto Mayor que comprou a quinta e a nascente. As análises às propriedades medicinais da água revelaram que, por serem ricas em ácido-carbónico, tinham um elevado efeito terapêutico. Desde então, as águas Campilho carregam a herança de levar o nome de Vidago por todo o mundo. Facto curioso é ter sido feita uma laranjada com estas águas.

Grande Hotel

A arquitetura termal portuguesa encontra no Grande Hotel de Vidago, o exemplo da forte influência que as estâncias termais exerceram na sociedade portuguesa do último quartel do século XIX. O Grande Hotel foi o primeiro edifício de vulto em Vidago correspondendo às necessidades de alojamento para as pessoas que acorriam à estância termal, tendo 50 quartos disponíveis e 40 empregados. A sua construção ficou concluída, em 1874, tendo sido inaugurada nesse mesmo ano pelo ministro do reino Rodrigo da Fonseca Magalhães. No ano seguinte, em 1875, o rei D. Luís I instalar-se-ia no hotel para usufruir dos tratamentos das águas medicinais de Vidago. Impressionado com os resultados voltaria durante três anos, de 1875 a 1877 hospedando-se no Grande Hotel. Nos inícios do século XX, o Grande Hotel revelar-se-ia pequeno dada afluência de aquistas que queriam comprovar as virtudes e os milagres das águas de Vidago frequentavam as termas. Com efeito, em 1907 tiveram início os preparativos para a construção de um dos mais emblemáticos edifícios do norte de Portugal: o Palace Hotel.

Igreja Matriz/Nª Srª da Conceição

A igreja de Nossa Senhora da Conceição possui nas suas formas um desejo revivalista inspirado nos modelos românicos de Entre Douro e Minho. O templo nasce depois da Capela de S. Simão, edificada em 1802, ser manifestamente pequena para albergar a população local. Com efeito, foi decidido edificar uma nova igreja impulsionada sobretudo pelas dádivas de António Carneiro Pacheco, ministro das Obras Públicas e de D. Maria do Carmo Fragoso de Carmona, esposa de Marechal Carmona, presidente da República de então. Inaugurada a 12 de Setembro de 1941, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição reproduz na perfeição um templo de características românicas quer na planta, quer nos motivos escultóricos que decoram os capitéis e os tímpanos dos portais, tal como a cachorrada que decora os frisos da nave e da capela mor.

Capela de S. Simão

A capela de S. Simão situada no largo do Colmo era, até à construção da igreja de N. Senhora da Conceição, em 1945, o principal templo de Vidago. Num tempo em que Vidago ainda se encontrava inserido na freguesia de Arcossó e, os devotos de Vidago tinham que se deslocar propositadamente aquela igreja matriz, as gentes de Vidago uniram-se e decidiram, em 1802, construir a sua própria capela para celebrarem missa aos domingos. Nasceu, então, um templo de características arquitetónicas bastantes simples, marcado pelo frontão triangular interrompido na porta principal e pelo campanário na parte central da fachada típico da arquitetura local. O templo, para vencer o desnível do largo, foi edificado numa plataforma que é precedida por um pequeno lanço de escadas. Junto à fachada, o cruzeiro recebe os fieis na sua caminhada para a fé. .

Solar dos Machados

A arquitetura senhorial também é uma presença no território de Vidago. O solar dos Machados integra-se na tipologia de casa senhorial com capela integrada num dos topos, nomeadamente, na extremidade direita. A sua construção deve remontar aos séculos XVIII/XIX. Todavia, um violento incêndio, em 1875, afetou o palácio e capela, procedendo-se mais tarde ao seu restauro e à construção do remate da capela. No decurso do século XX, proceder-se-ia à construção das águas furtadas. A família dos Machados possui carta de brasão desde 1645 e destacou-se essencialmente pelos feitos militares na África Oriental ao serviço do rei D. Carlos I. O solar possuía a particularidade de apresentar a pedra de armas da família sobre a porta de entrada da capela. O povo de Vidago tinha uma profunda ligação à capela, na medida em que o sino sinalizava as Avé Marias, ou, como o povo designava, as Trindades. O toque das Trindades ocorria ao final do dia e era tido como um sinal religioso pelas gentes de Vidago de tal forma que os homens tiravam os chapéus e rezavam uma Avé Maria.

VIDAGO

A natureza reservou um papel especial para Vidago. Do coração da terra nasce uma água miraculosa aproveitada desde tempos imemoriais. Acredita-se que os romanos já a utilizavam para práticas medicinais tendo sido, contudo, na viragem para o século XX, que um lavrador Manuel de Sousa na tentativa de saciar a sua sede se deparou com uma água cujas características eram diferentes das demais. As propriedades químicas da água permitiram-lhe curar os problemas gástricos que o atormentavam. Perante tal milagre, o lavrador levou uma amostra da água até D. Júlia Vaz de Araújo que se encarregou de as encaminhar para um laboratório em Lisboa cujos resultados revelaram características únicas em todo país. Depressa se espalhou a notícia de que as águas de Vidago continham propriedades benéficas para a saúde e, a partir do último quartel do século XIX, chegaram à aldeia pessoas dos diferentes quadrantes para comprovarem as suas virtudes. A partir de então, iniciar-se-ia uma nova história nesta pequena vila. Em 1870 nascia a Companhia de Águas de Vidago que se responsabilizou pela exploração termal e pela construção do Grande Hotel inaugurado, em 1874. D. Luís I, deslocar-se-ia, entre 1875 e 1877, a Vidago para usufruir das propriedades medicinais das águas. A aldeia crescia exponencialmente ascendendo ao título de freguesia, em 1925, através da separação de Arcossó.

Palace Hotel

O Palace Hotel representa uma nova era na história de Vidago. E esta começa em 1907, com o desenvolvimento dos primeiros projetos apresentados pelo arquiteto Ventura Terra. Contudo, dissonâncias orçamentais ditaram o abandono do projeto deste arquiteto. A obra do Palace Hotel havia de ser retomada, em 1908, por intermédio da Empresa Construtora do Porto que, em pouco menos de dois anos, edificou um dos mais extraordinários e luxuosos edifícios do norte de Portugal. O novo projeto da autoria de José Cristino de Paula Ferreira da Costa prima pela imponência da sua fachada com 100 m de frente terminado com dois blocos que se destacam no conjunto. Os seus quatro andares para além da elegância, carregam em si as influências dos palácios franceses patente na monumental escadaria e nas mansardas. Esta grandiosa obra foi inaugurada em 1910, contando com a presença do ainda monarca D. Manuel II. Simultaneamente, nascia um parque composto por várias espécies de árvores onde se podia estar em perfeita comunhão com a natureza ao longo de mais de 40ha. A partir de 1936, o Palace Hotel passa a dispor de um campo de golfe desenhado pelo arquiteto Philip Mackenzie Ross.

Capela de Santa Eugénia

No alto do Côto guarda-se um dos lugares de maior devoção na localidade. Ali repousa o corpo de Eugénia Morais Campilho que pelas suas benfeitorias junto dos mais desfavorecidos foi elevada a Santa pelos Vidaguenses, após a sua morte em 1920. O templo onde repousa Eugénia Campilho foi construído nos anos 30 e é de uma grande simplicidade, decorado apenas com volutas a lateralizar a torre sineira.
Anos mais tarde, em 1950, teve início a construção da torre terminada em 1957. Nela foi instalado um relógio mecânico que funcionou até 1998, momento em que foi substituído por um relógio automático.

Capela do Cabo

A Capela do Cabo possui esta denominação por se encontrar no final da primitiva Rua Direita ou Rua do Colmo, ao qual o povo denomina de cabo. O templo foi pertença da família Simão Teixeira e o seu último proprietário foi Bernardino António Reis Gonçalves tendo sido vendida à junta de freguesia, em 1985. Após um conjunto de obras de restauro, a capela foi convertida, em 1993, numa unidade cultural. A arquitetura do templo é muito simples. Nele destaca-se apenas o portal com o frontão triangular e o óculo no registo superior. Ao contrário da maioria dos templos transmontanos, a capela do Cabo não possui campanário talvez em virtude das múltiplas transformações que sofreu no fio do tempo.

Fonte Campilho

Em 1882, na Quinta do Revolar, propriedade do fidalgo Augusto César de Morais Campilho, descobriu-se, casualmente, uma nascente de água mineral que deu fama à região. No entanto, a sua exploração só teve início a partir de 1897, por intermédio da figura de Cândido Sotto Mayor que comprou a quinta e a nascente. As análises às propriedades medicinais da água revelaram que, por serem ricas em ácido-carbónico, tinham um elevado efeito terapêutico. Desde então, as águas Campilho carregam a herança de levar o nome de Vidago por todo o mundo. Facto curioso é ter sido feita uma laranjada com estas águas.

Grande Hotel

A arquitetura termal portuguesa encontra no Grande Hotel de Vidago, o exemplo da forte influência que as estâncias termais exerceram na sociedade portuguesa do último quartel do século XIX. O Grande Hotel foi o primeiro edifício de vulto em Vidago correspondendo às necessidades de alojamento para as pessoas que acorriam à estância termal, tendo 50 quartos disponíveis e 40 empregados. A sua construção ficou concluída, em 1874, tendo sido inaugurada nesse mesmo ano pelo ministro do reino Rodrigo da Fonseca Magalhães. No ano seguinte, em 1875, o rei D. Luís I instalar-se-ia no hotel para usufruir dos tratamentos das águas medicinais de Vidago. Impressionado com os resultados voltaria durante três anos, de 1875 a 1877 hospedando-se no Grande Hotel. Nos inícios do século XX, o Grande Hotel revelar-se-ia pequeno dada afluência de aquistas que queriam comprovar as virtudes e os milagres das águas de Vidago frequentavam as termas. Com efeito, em 1907 tiveram início os preparativos para a construção de um dos mais emblemáticos edifícios do norte de Portugal: o Palace Hotel.

Igreja Matriz/Nª Srª da Conceição

A igreja de Nossa Senhora da Conceição possui nas suas formas um desejo revivalista inspirado nos modelos românicos de Entre Douro e Minho. O templo nasce depois da Capela de S. Simão, edificada em 1802, ser manifestamente pequena para albergar a população local. Com efeito, foi decidido edificar uma nova igreja impulsionada sobretudo pelas dádivas de António Carneiro Pacheco, ministro das Obras Públicas e de D. Maria do Carmo Fragoso de Carmona, esposa de Marechal Carmona, presidente da República de então. Inaugurada a 12 de Setembro de 1941, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição reproduz na perfeição um templo de características românicas quer na planta, quer nos motivos escultóricos que decoram os capitéis e os tímpanos dos portais, tal como a cachorrada que decora os frisos da nave e da capela mor.

Capela de S. Simão

A capela de S. Simão situada no largo do Colmo era, até à construção da igreja de N. Senhora da Conceição, em 1945, o principal templo de Vidago. Num tempo em que Vidago ainda se encontrava inserido na freguesia de Arcossó e, os devotos de Vidago tinham que se deslocar propositadamente aquela igreja matriz, as gentes de Vidago uniram-se e decidiram, em 1802, construir a sua própria capela para celebrarem missa aos domingos. Nasceu, então, um templo de características arquitetónicas bastantes simples, marcado pelo frontão triangular interrompido na porta principal e pelo campanário na parte central da fachada típico da arquitetura local. O templo, para vencer o desnível do largo, foi edificado numa plataforma que é precedida por um pequeno lanço de escadas. Junto à fachada, o cruzeiro recebe os fieis na sua caminhada para a fé. .

Solar dos Machados

A arquitetura senhorial também é uma presença no território de Vidago. O solar dos Machados integra-se na tipologia de casa senhorial com capela integrada num dos topos, nomeadamente, na extremidade direita. A sua construção deve remontar aos séculos XVIII/XIX. Todavia, um violento incêndio, em 1875, afetou o palácio e capela, procedendo-se mais tarde ao seu restauro e à construção do remate da capela. No decurso do século XX, proceder-se-ia à construção das águas furtadas. A família dos Machados possui carta de brasão desde 1645 e destacou-se essencialmente pelos feitos militares na África Oriental ao serviço do rei D. Carlos I. O solar possuía a particularidade de apresentar a pedra de armas da família sobre a porta de entrada da capela. O povo de Vidago tinha uma profunda ligação à capela, na medida em que o sino sinalizava as Avé Marias, ou, como o povo designava, as Trindades. O toque das Trindades ocorria ao final do dia e era tido como um sinal religioso pelas gentes de Vidago de tal forma que os homens tiravam os chapéus e rezavam uma Avé Maria.